terça-feira, 17 de janeiro de 2017

Espaço para Antepassados 3º dia - Um Livro Aberto.


Inspiração e  Poesia.


                Fotos escolhidas, hora de montar os porta-retratos!

                A certeza de que hoje seria um dia sem novidades terminou meia hora depois! Ufa!!!!

                Uma das fotos escolhidas tinha desaparecido...como assim? Bom, acho que não era pra ser essa, pensei, vamos a "caça às bruxas" novamente, sem problemas.

                Fui até a casa da minha tia, uma canceriana, que como tal, faz seu papel perfeitamente em manter a memória viva, em busca de uma substituição. Nesse momento eu já estava aberta ao desejo deles, e não mais aos meus, e me coloquei totalmente em suas mãos.

Quem diria que esse rosto angelical,
guarda em si, forças tão poderosas!

                Não só encontrei uma foto da minha bisavó como encontrei uma foto gigante da minha mãe aos 18 anos! Linda demais!!! A "caça às bruxas" acabou sendo uma frase literal... As palavras tem força mesmo!

Já consigo voltar no tempo!
 Obviamente eu não tinha uma moldura pra essa foto, que estava um pouco prejudicada pela ação do tempo. Bem, mãos à obra novamente, um pedaço de isopor aqui, passamanarias e pontos russos ali e "voilà" , ela já estava pronta pra ocupar seu lugar.


               O telefone antigo e a máquina de escrever, foram muito usados em casa durante minha infância.
Arabescos colocridos
sob o nome do meu
tão amado avô.



               Um peso de papel, que pertenceu ao meu avô, todo em vidro colorido e personalizado a mão, também chegou aqui nesse terceiro dia. Foi uma inspiração e deu um toque poético ao lugar.
Quantas gostosuras foram
servida aqui.


                   

                Pratinhos que restaram dos antigos jogos de chá de minha avó e minha mãe, que usamos tanto nos cafés da tarde, hoje ocupam seu lugar na parede. São lembranças que me aquecem o coração!

                Finalmente tudo pronto, ou quase, sinto que mais Constelações virão, a chuva lá fora que caiu o dia todo, me dizendo que a Natureza, assim como eu, estamos introspectivas e é com lágrimas nos olhos, que convido todos meus Antepassados a desfrutarem desse "Cantinho dos Antepassados" e brindarem comigo!

              
      
 


Sejam muito bem vindos!



Até qualquer dia!

segunda-feira, 16 de janeiro de 2017

Espaço para Antepassados 2º dia - Uma Página em Branco


Segundo dia - Uma página em branco.

A Constelação dos Irmãos.


          Comecei o dia com a limpeza dos objetos escolhidos, pensando que isso  seria o suficiente e daí, era só colocar as peças em lugares já escolhidos... me enganei e muito. A questão não era só uma mudança na decoração, era fundamental uma mudança radical na Alma do lugar e para Eles.

            Foi necessário tirar tudo o que estava no espaço, deixá-lo limpo, como uma página em branco, e escrever ou reescrever a base da minha história.

            Feito isso comecei a colocação das peças, mas ainda faltava um detalhe, um revisteiro que não fazia parte desse novo capítulo.

Mesinha redonda feita pelo meu pai, Ubirajara Marques de
Macedo -
In Memorian
            Ao retirar o revisteiro da parede, mais um trabalho não previsto, a parede estava marcada pelo "tempo"... um tempo que não pertencia a "Eles", mais uma Constelação Familiar tinha que ser feita, a limpeza das paredes!

            A manhã toda nessa atividade, mas para minha surpresa, ganhei nesse dia uma toalhinha de crochê, de minha tia Lúcia Ap. Thiele, que foi confeccionada pela irmã da minha avó!!! A história estava indo  além das expectativas.

            Um porta jóias que estava literalmente no fundo de um baú, que pertenceu a uma tia de meu pai, encontrou seu lugar no parapeito da janela!

              Se Netto Barros, o melhor constelador que conheci, estivesse aqui, imagino que ele diria que esse foi um dia dedicado aos Irmãos dos meus Antepassados.

Um amor de almas toma forma aqui!
            
          Foi só quando fiz essa foto, me dei conta da colocação de uma molheira de prata, presente de casamento, entre a ânfora azul de minha mãe Melba Thiele - In memoriam - e o porta paletó de meu pai, formando uma ligação eterna entre eles... amei!!!!

            O segundo dia se foi, embora aparentemente pouca coisa tenha ido para o seu lugar, ficou a mensagem do dia:
              "Somos todos Irmãos".

Até amanhã!


          


domingo, 15 de janeiro de 2017

Espaço para os Antepassados. 1º Dia - A Busca

Uma Constelação Familiar Todos os Dias!

Espaço para reverenciar os Antepassados.


          Depois de algum tempo observando objetos familiares guardados que, por um motivo ou outro, acabam gerando um desconforto que não sabemos o que fazer.

          Primeiro tentamos vender aquelas "tralhas" sem sucesso o que acabam deixando aquela sensação de fracasso... Aí então encaixotamos tudo pra decidir, mais tarde, o que faremos com isso.

          Um belo dia percebemos que temos um espaço em casa que não é usado e que só serve pra entulhar e deixar sua casa feia e desagradável!

          Foi nesse momento, depois de participar de algumas Constelações Familiares, no Espaço Karuna, que decidi transformar esse pequemo espaço, logo na entrada da casa, em um Cantinho em Honra aos Antepassados!

Uma tentativa frustrada de um espaço místico.


          Tentando deixar a ante-sala com um clima místico, a única coisa que aconteceu foi se transformar um lugar onde se despejavam qualquer coisa que estivesse nas mãos e ali ficavam malas, bolsas, chapéus e tudo mais.







Primeiro dia - A Busca

Ainda não encontrei todas que eu
 gostaria,mas vou continuar buscando
         

           Comecei buscando tudo o que tinha guardado e que, de uma forma ou de outra, tivessem pertencido aos meus entes mais que queridos e que guardassem suas memórias.

           Obviamente fotos foram o que ocorreram primeiro e foi nesse momentos que a "garimpagem" começou e não foi surpresa que algumas coisas foram aparecendo como que por mágica (será?)






          Encontrei um par de cortinas de cozinha da minha mãe, e tinha guardado sobras do estoque de uma loja de armarinhos do meu pai, aí foi só dar um pequeno toque no bandô da cortina pra colocar na janela.


Para não tirar o desenho dos vidros, instalei um varão de
cortinas de pressão abaixo deles.







       






           As aberturas do bandô ficaram apertadas no varão, então foi só fazer novas argolas com fitas, do estoque antigo  da loja e algumas peças foram de sobras de peças de uma amiga que borda chinelos, tenho duas - Luana de Oliveira Tomazella e Marly dos Santos Thiele.

          Pode não parecer, mas esse pequeno detalhe levou o dia todo para ser feito, mas senti que estava valendo a pena, meu corpo estava cansado, mas minha alma estava em festa!!!
             Até amanhã!





sexta-feira, 24 de julho de 2015

A PAPISA - O encontro com o feminino.



A PAPISA OU A SUMA SACERDOTISA

O FEMININO.



  
 "O Mundo Mudará menos

           com a determinação dos homens

                  do que com a adivinhação da Mulher."

                                                         
                                                              Claude Bragdon
         
             


          Uma mulher, com vestes cerimoniais que ocultam suas formas, de semblante tranquilo velado por um véu ,com o Livro dos Mistérios, do qual é guardiã, a chave da intuição, sentada entre dois pilares que refletem a dualidade desse Arcano de número 2.

          Nesse momento, O Louco se depara com a essência do paradoxo, do oculto, da vida e da morte, lembrando que somente a luz, não confinada no corpo, é imortal.

Usando elementos de que
dispomos.
          Surpreso com a Papisa, que sabe tudo sobre ele e o que traz em sua bagagem, dizendo a ele que sabe como fazer uso dessas ferramentas se ele assim desejar.  Com todo respeito, O Louco dispõe todos os objetos aos seus pés e aceita servilmente seus ensinamentos, que são transmitidos através  de sussurros e de seus pergaminhos muito antigos.

          O Louco agora, detentor do conhecimento do seu passado e seu presente, sabe para onde quer ir, abre as cortinas  e passa entre os dois pilares em direção ao seu futuro. sabendo que o que acontece pelas costas da Sacerdotisa somente são guardados mas não mais controlados por ela.

Novamente  o Livro que contém A Palavra, ao fundo
as colunas delimitando a cena.
          A Papisa está quase enraizada no lugar, passivamente sentada, quase imóvel, como se sempre estivesse sentada ali e assim continuará por toda a eternidade, talvez esteja refletindo sobre o que acabou de ler e mantenha o livro aberto para que possamos ler  A Palavra e decifrar nosso destino.

        Não diferente dessa cena arquetípica, encontramos nas representações da Anunciação, A Virgem Maria, também sentada, com o Livro dos Profetas aberto, predestinando-a como portadora da "Divina Criança".




            Na base da estátua de Ísis, encontramos os seguintes dizeres: "Sou tudo o que era, que é e que sempre será. Mortal algum jamais pôde descobrir o que jaz debaixo do meu véu"




        

quinta-feira, 9 de julho de 2015

O MAGO - Primeira parada do Louco


O MAGO
A primeira parada do Louco.




O Mago Ilusionista

De outras coisas nunca farás o Um,

                   enquanto não te houver, 
                          
                                           primeiro,

                                                convertido no Um,

                                                                                Dom
                                                                                                             

                                                                                                     
            Esse é o primeiro  Arcano, de número 1, propriamente dito, já apresenta uma forma psicológica definida, uma intenção e um lugar. Já dispõe de artefatos mágicos para iludir seus espectadores. 

       Porém, em sua bagagem ele trás elementos químicos, o domínio dos quatro elementos, e em suas vestimentas, sinais como a "lemniscata", o sinal do infinito, ou a incessante interação do Yin e Yang, e em seus movimentos, quase hipnóticos, distraem os sentidos de quem por ele passa.
O Louco - agora Alquimista.

De personalidade trapaceira, descobre em suas próprias trapaças o poder de transformar e organizar essa energia para criação de novos objetos como a vara mágica, a taça, o pentáculo  e etc.

             Ao se deparar com ele, o Louco agora toma conhecimento do ilusionismo e da ilusão, da quietude e do movimento, da vida e do renascimento, da mudança e da metamorfose, enfim, da química e da Alquimia, o que o transforma num verdadeiro mago, exercendo funções tão diversas, que lhe confere um indescritível poder.




     Agora o Louco acredita que já detém todo conhecimento  necessário para continuar sua jornada. Até se deparar com A Sacerdotiza.





quarta-feira, 8 de julho de 2015

A VIAGEM DO LOUCO - Uma Jornada às nossas profundezas.


A VIAGEM DO LOUCO
Uma jornada às nossas profundezas.


O Louco - sem a percepção
do perigo.


                Existe diversas teorias sobre a origem do Louco no Tarot, da mesma maneira sobre o motivo do "Coringa", nos baralhos de cartas, que vai desde um culto egípcio esotérico até como um artifício mnemônico utilizado em necromancia e feitiçaria (Paul Huson).


Coringa - transita
livremente pelo jogo.
                   Atualmente, sabemos que O Louco de número 0 (zero), assim como O Coringa, transita livremente entre todos os Trunfos do Tarot, inconsciente e inconsequentemente, tal qual um recém-nascido, sem a percepção do perigo.





Peter Pan - trajes semelhantes -
o menino que não queria crescer.

                    Podemos também associar O Louco, a Peter Pan e a Terra do Nunca, e se dermos a ele as Boas Vindas, talvez ele nos ensine a voar e nos dê um passaporte para a Terra do Nunca, onde jamais seremos capaz de aprisionar nossa infância e a sinceridade tão apreciada na teoria e tão desprezada na prática, o que leva por vezes, esse Louco se apresentar como um embusteiro e amoral.



                   A profundidade desse Arcano de número Zero, faz dele uma importante peça móvel nessa jornada, se por um lado ele representa o nada, por outro cria o decimal, o que multiplica o valor de todos os demais Arcanos.


Bobo da Corte - A esperteza
disfarçada de ingenuidade.

                   Outro aspecto arquetípico desse Trunfo, é o Bobo da Corte, aquele que tinha a capacidade de distrair e ser caçoado pela corte e ao mesmo tempo, por essa condição, passava desapercebido, tendo acesso a todas as informações do reino, estando pronto a qualquer momento para aquele famoso "Primeiro de Abril" -  nos lembrando sempre que o humor é fundamental para todas as relações e um material necessário para qualquer viagem.

                    É essa ambiguidade do Louco que  trás a  superfície a compreensão do Ego.


 Citando Jung: O ego está para o eu como o movido está para o motor, ou como o objeto está para o sujeito. O eu, como o inconsciente, é um a priori existente, do qual evolve o ego. É, por assim dizer, uma préfiguração inconsciente do ego. Não sou eu quem me crio a mim mesmo, antes aconteço para mim mesmo. {C. G. Jung, Psychology and Religion: West and East, C. W. Vol.11 Parag 391}

                   Ao sermos tocado pelo Louco, temos um vislumbre da eternidade, um voltar para casa guardado na nossa infância, o para sempre, o princípio sem o fim!



                    


.


                

                     



                 






terça-feira, 7 de julho de 2015

JUNG - ARQUÉTIPOS E O TAROT


JUNG - ARQUÉTIPOS
E O TAROT.



          Segundo Jung," Nenhum arquétipo pode ser reduzido a uma simples fórmula. Trata-se de um recipiente que nunca podemos esvaziar, nem encher. Ele existe em si apenas potencialmente e quando toma forma em alguma matéria, já não é mais o que era antes. Persiste através dos milênios e sempre exige novas interpretações. Os arquétipos são os elementos inabaláveis do inconsciente, mas mudam constantemente de forma."

          A partir desse princípio, desperta em Jung um fascínio pelos oráculos, com maior intensidade sobre Astrologia, I Ching e o Tarot, sendo esse último, nosso estudo sobre os arquétipos e a busca sobre nosso inconsciente.

          Viajando pelas cartas do Tarot, iluminamos nossas profundezas e o mais elevado do Eu, criando uma ponte entre a Sabedoria Ancestral e nosso mais profundo Eu, que nessa combinação, nos dão as respostas para solução daquilo que ainda não conseguimos entender ou despertar.

Os sinais não estão sujeitos
a interpretações.
          Intrigado pelos nomes dos Trunfos dos Tarot (Arcanos Maiores), e simbologias "estranhas" Jung percebeu a natureza humana contidas nelas.

          Jung define a diferença entre sinal e símbolo contidos no Tarot:

Os símbolos estão sujeitos a interpretações
 com respostas no inconsciente.
" Um Sinal sempre aponta para uma idéia consciente. Um sinal é sempre menos do que a coisa que quer significar, e um Símbolo é sempre mais do que podemos entender a primeira vista, Por isso não nos detemos diante de um sinal, mas vamos até o objetivo para o qual aponta; no caso do Símbolo, porém, nós paramos porque ele promete sempre mais do que revela."



          Exemplificando, Sinal pode ser entendidos como placas de trânsito, já Símbolos transcendem verbalização, como esfinge, a cruz e etc.

          Dessa forma, nas Lâminas do Tarot, existem Sinais e Símbolos na mesma Imagem, é a forma do olhar que diferencia e toca nosso consciente, o Inconsciente Coletivo, ou uma história simbólica, assemelhando-se aos nossos sonhos, que conta uma história através de símbolos que mostram ao consciente o que o inconsciente quer revelar!


Imaculada Conceição.

A Papiza.
          Vale lembrar que os Símbolos retratados no Tarot são eternos, já ultrapassaram centenas de anos projetando o mundo interior no exterior, assim como a imagem da Imaculada Conceição, com o crescente lunar aos seus pés, vemos a mesma simbologia na lâmina da Papiza - Arcano número 2, dependendo de quem os vivencia.



          "O Tarot conta a história de alguém que está procurando escrever a história do que não sabe"
Alberto Cousté